Crepúsculo - A Arte Do Clichê

| sábado, 5 de junho de 2010 | 5 comentários |
         Algo ser clichê é tão comum como pode imaginar. Com tantas ideias a serem realizadas e novas pessoas entrando no ramo da literatura e do cinema fica difícil não ser assim.

         Romances ainda mais. Porém o interessante é que muitos buscam ser originais, e aqueles que são clichês tentam não ser o típico comum e sim um comum novo. Mesmo assim nem todos trabalham nesse plano.

        Crepúsculo escrito pela norte-americana Stephenie Meyer trata de um romance sobre um casal surpreendente. Um vampiro e uma humana. Edward Cullen, o elegante cavaleiro poético que trata os outros e principalmente sua amada acima de tudo; e Bella Swan, a menina delicada com sentimentos ‘verdadeiros’, mas que mostra uma dependência de seu querido Cullen. O típico herói perfeito e sua frágil amada que lhe completa mais do que qualquer coisa, incluindo sua própria vida.

         O romance em si não tem erros. Existem muitos assim. Só que tem uma coisa importante que devemos destacar. A série não apenas retrata sobre o romance de tal casal falado já que tem vampirismo nele. Ou pelo menos tenta retratar isso.

        Vamos relembrar o ‘verdadeiro’ vampirismo. Nas típicas aparências vampirescas temos os caninos pontiagudos prontos para perfurar o pescoço de sua vitima para roubar o que lhe dá vida, sangue humano. Por mais que existam variações de lendas sobre esse único assunto, sempre tem uma ou duas coisas em comum.

       E ai que a criatividade nos surpreende. Vemos que duas características que destacam os vampiros além de seus caninos é a sedenta sede por sangue e sua pele aos poucos ser carbonizadas pelo simples contato com o sol.

       Alguns inventam algo para o vampiro não queimar no sol. Outros utilizam anéis enfeitiçados dados ou roubados das bruxas (Se nas histórias existem vampiros, por que não as bruxas?).

        Claro que existem exceções em relação ao sangue. Por exemplo: Louis du Pointe du Lac (Entrevista Com Um Vampiro escrito por Anne Rice) e Stefan Salvatore (The Vampire Diaries escrito por L.J. Smith) que tentam viver a base de sangue animal – mesmo os próprios tendo recaídas. Como Drácula personagem de Bram Stoker diz: “Sangue é vida”.

       Reparem, eles tem uma coisa em comum em relação a isso. Em lutas acabam se tornando mais fracos do que outros que não fazem essa ‘dieta’ e sentem realmente a dor com mais facilidade do que os outros. O que conclui um grande ponto fraco. Sempre estão mais fracos e mais sedentos do que os outros.

       Outro jeito além do sangue animal é o sangue sintético. Idéia vinda da criatividade do escritor Charlaine Harris na série True Blood (Livros e Seriados).

       Mas voltamos ao foco. Há crepúsculo e seus ‘vampiros’. Vivem a base de sangue animal – ainda continuando fortes sem nenhuma fraqueza física como os outros – com uma sedenta fome. Não têm caninos. Eles não queimam no sol, eles brilham. E uma das coisas que chamam bem atenção se vocês leitores perceberem.

       Quais são os inimigos mortais durante toda a eternidade dos vampiros? Sim, os lobisomens. Na série podemos perceber a partir do nascimento da filha do casal principal, a Reneesme. Onde ela tem um grande interesse pelo lobisomem Jacob Black e por seu sangue. Isso é possível ir contra uma longa história do vampirismo e seus inimigos? Ou melhor, é certo fazer isso simplesmente do nada?

       O que pode e torna isso perturbador é o fato de muitas pessoas que eram contra o vampirismo são agora fãs graças a Crepúsculo que a criadora foi ousada ir contra as muitas e muitas lendas que criaram o próprio vampirismo de anos atrás até os dias de hoje.

      Convenhamos ao lado de grandes escritores do vampirismo como Stephen King e Anne Rice que relatam Crepúsculo para públicos de mentalidades de menininhas de 12 anos - Que ainda acreditam no príncipe de cavalo branco – que transforma assustadores seres da noite como os vampiros em meros contos de fadas.

     O torna não tão agradável saber de filmes assim criados não pelo gosto da literatura do horror e sim pelo lucro, não importando que esteja escrevendo as coisas direitas ou erradas na arte do clichê.



Opinião pessoal:

       Como uma amiga minha disse para os vampiros de Crepúsculo e principalmente Edward Cullen: “Drácula te renega, vagalume!”.

E me digam o que acham disso tudo?