A solidão não me feria como uma temível inimiga. A solidão agia como uma doce amiga, que mesmo quando o mundo virava as costas para mim ela estava ali. Onde meus olhos não conseguia enxergá-la, mesmo quando o frio me fazia tremer e minhas pernas enfraquecer, ela estava ali silenciosamente para me abraçar.
E quando a morte chegou finalmente a mim, você doce solidão, não pensou em nenhum momento me abandonar. Quando todos desviaram o olhar ao ver que eu estava morrendo.
Muitos tentaram esquecê-la.
Esquecer que a cada dia estamos mais perto.
Nosso corpo irá falecer e a morte estará ali...
... Bem a sua frente, esperando o momento certo de levar sua alma.
Todos nós passamos por isso algum dia. Em diferentes momentos e em diferentes horas. Nessas artimanhas que nesses tempos evitamos saber, na antiguidade sempre filósofos buscavam entender através de perguntas, as respostas das quais, dúvidas eram mais verdadeiras do que a própria verdade da questão.
Essa é a nossa certeza. A morte que mesmo quando tentamos ainda vem. É a nossa única certeza que nunca é mudada. A imortalidade prova isso, já que até agora não existiu e sem ela, a vida logo se tem seu fim.
Não sabemos como vem, mas sabemos que a cada dia nosso corpo caminha para uma morte lenta.
Mas quem quer saber da verdade?
E na solidão eu fiquei, pois reclamar da falta de sentimentos vividos já tinha me cansado. A alegria acaba. A alegria machuca. E nada muda. Só piora.